Suzy Brasil
- Luciana Perez
- 15 de mai.
- 15 min de leitura
O papo hoje foi com o Humorista Marcelo Souza que interpreta a divina Suzy Brasil que nasceu a partir de uma brincadeira de amigos.

JCD: Quem é Marcelo Souza e como surgiu a Suzy Brasil?
Suzy Brasil: Bom, essa pergunta é gigante. O Marcelo é um homem gay de 47 anos, biólogo, roteirista, ator, drag queen, uma pessoa extremamente família, que enfim, sem luxo, que gosta de coisas muito comuns assim, sabe, muito povão, samba, pagode, está com a família, fazer churrasco, tomar cerveja no boteco. Esse é o Marcelo.
A Suzy surgiu de uma brincadeira entre um grupo de amigos, era um grupo de amigos gays, eu tinha na verdade 16 anos, eu fazia teatro infantil, na verdade eu comecei fazendo teatro espírita dentro de um centro kardecista, depois comecei a fazer teatro no colégio, no ensino médio, que tinha um grupo de teatro na escola, e aí a partir daí comecei a fazer teatro amador, temporadas de teatro infantil. E aí no teatro infantil eu conheci a maioria desses gays, que se tornaram meus amigos, e um deles morava sozinho, e eu dava um perdido na minha família duas vezes na semana para poder ir na casa desse amigo.
Nesse grupo que devia ter no máximo umas 26 pessoas mais ou menos, a gente fazia uma festa por mês, e nessas festas metade do grupo se montava para fazer show e a outra metade assistia. Na festa seguinte, revezava.O grupo que fez o show assistia. E ia por aí. Só que eu fazia show sempre. E eu queria ser uma drag fina, uma drag elegante, uma drag bate cabelo, sabe? Mas as minhas performances sempre viravam coisas bagaceiras, sempre pelo lado do humor.
E aí nesse grupo, todo mundo que chegava, mesmo que não quisesse fazer show, era batizado com o nome de mulher. Era uma zoeira gay mesmo. E aí o meu primeiro nome que eu recebi foi Jaqueline Fonter. E como eu queria fazer uma drag fina, esse nome combinava. Mas no decorrer do processo, o povo entendeu que o nome não tinha nada a ver com o que eu fazia, porque tudo o que eu fazia era muita zoeira, muito mais para o lado cômico do que para o lado elegante. E aí rebatizaram e botaram o nome de Suzy Brasil.
Suzy, porque todas as cachorras da minha época, cachorras de Subúrbios, chamavam Suzy. E Brasil, que é essa bagunça que a gente vive, mas também cheio de diversidade, de acolhimento, de alegria, é isso.
JCD: Qual a importância da Suzy Brasil para a comunidade LGBTQIA+?
Suzy Brasil: A partir de uma pessoa desse grupo de amigos aí que a gente fazia show brincando dentro de casa, uma pessoa recebeu um convite pra fazer um show na praia, em Copacabana, no Calçadão, que existia uma boate lá chamada Stop Night, uma boate gay.
Na época era gay, hoje é LGBTI, mas na época era gay, e aí essa boate tinha umas mesinhas e uns guarda-sóis na calçada, e a ideia deles era que ali virasse um ponte LGBT durante o dia, né. E a noite a boate funcionasse, funcionaria com um público que ela já tinha, mas então, pra eles atraírem o público gay, eles montaram um show pra acontecer aos domingos, à tarde, no Calçadão ali, nessas mesinhas, então qualquer um que passava podia parar e ia assistir o show e aí, consequentemente, sentava, tomava uma cerveja, tomava um refrigerante.
E curtir ali. Era isso, era um show, a gente não recebia cachê, era pago em refrigerante e um jantar dentro da boate. E aí nesse show, Rose Bombom, que era a grande estrela comediante, caricata da noite LGBTI do Rio, ela me assistiu e me chamou para fazer um teste com ela dentro da boate, porque ela fazia, ela apresentava os shows todos os dias de madrugada dentro da boate. E aí ela me chamou para fazer um teste, eu fiz, ela gostou e fomos trabalhando juntas e viramos uma dupla, Rose Bombom e Suzy Brasil.

Bom, eu acho que ser drag é de uma importância para a comunidade, não importa se você tem pouco tempo de carreira, se tem muito, se você é famosa, se não é, mas já faz parte de uma militância, já é uma força, porque é mostrar através da arte, é tentar derrubar o preconceito através da arte. Mas eu acho que o legal da Suzy é porque ela viveu o período onde a cena LGBT era somente dentro das boates, bares e saunas, era muito restrito ao gueto, e depois chegou a era da internet, e aí Suzy ganhou as redes sociais, modificou sua forma de fazer humor, um humor que não machuca ninguém, que não ofende, porque durante muito tempo podia falar tudo dentro das boates, era fechada, acontecia ali, morria ali, mas era um humor Malvado né, um humor que era muito pesado e aí com a chegada das redes sociais , a gente foi entendendo que se você faz humor e esse humor constrange uma pessoa que seja, tem algo errado aí você tem que mudar , então a gente foi entendendo, aprendendo e se adaptando.
É possível fazer o humor sem humilhar e sem machucar o outro, então aí a Suzy é isso ela vem nessa crescente, ela saiu da boate, foi para as redes sociais, das redes sociais começou a fazer alguns programas de tv e teatro e hoje é uma drag premiada, que já ganhou dois anos seguidos o prêmio do humor , o prêmio Prio do humor , já foi indicada para tantos outros enfim, então eu acho que todas essas conquistas reforçam. o nosso trabalho e reforçam a nossa comunidade e exaltam a nossa comunidade LGBTI.
Minha mãe não sabia que eu era gay
JCD: Antes da Suzy o que você fazia?
Suzy Brasil: Bom, como eu comecei com a Suzy aos 17 anos, então antes disso eu fazia o ensino médio, mas a minha formação no ensino médio foi técnico em patologia clínica. Mas paralela a Suzy, eu virei roteirista, eu me formei em biologia, então sou biólogo, fiz bacharelado e licenciatura, então dei aula durante 10 anos, mas tudo isso paralela a Suzy.
JCD: Sua família aceita o seu trabalho?
Suzy Brasil: Minha família ama o meu trabalho, fui revelando aos poucos para a minha família. Minha mãe adora falar que é mãe das Suzy Brasil, meus maiores fãs estão dentro de casa.
JCD: Quem é sua grande inspiração?
Suzy Brasil: Eu não tenho uma grande inspiração. Na noite LGBT, minha grande inspiração sempre foi Rose Bombom e Lorne Washington. Mas na TV eu sempre admirei muita gente da comédia. Aquele programa TV Pirata que tinha antigamente, que era um programa semanal de comédia, eu amava.
Então sempre amei a Regina Casé, Fernando Guimarães, Débora Bloch, Ney Latorraca, Marcos Nanini, essa galera que era do programa eu amava. E é isso, eu acho que eu tenho muitos ídolos da TV, mas ídolos LGBT eram Rose Bombom e Lorne Washington.
JCD: Como você vê e lida com alguns preconceitos existentes contra os gays?
Suzy Brasil: Olha, eu vou te falar que eu não fui uma pessoa que sofri muito com preconceito, porque eu sempre me impus de uma forma muito forte. Até porque, eu acho que é isso, mas eu acho que a maior arma para o preconceito é você estudar, é você ser bom no que você se propõe a fazer, entendeu?
Então assim, eu sempre estudei, eu sempre li, eu sempre corri atrás das minhas inspirações aí, como a gente falou antes nessa resposta anterior , eu ficava vendo as pessoas fazendo humor e eu ficava me espelhando naquilo ali, então eu acho que quando você tem, e principalmente, apoio familiar, eu sempre tive apoio da minha família, então você acaba cagando pro preconceito do outro.
Não sei quando é uma coisa que é muito agressiva, mas é isso, assim, eu sempre me impus, assim, eu sempre fui o cara que era estudioso que procurava ler, que debatia, que tinha argumento para entrar numa discussão. Então eu acho que educação e cultura é a melhor forma de você combater o preconceito.
JCD: Você acha que faltam leis severas para combater a homofobia?
Suzy Brasil: Eu acho que é óbvio que faltam leis, mas não é só contra a homofobia, é contra qualquer tipo de preconceito, a gente tem racismo que é crime, mas quantas pessoas que cometem atos racistas que não são presas? A gente vê toda hora uma notícia aí, absurda de racismo, e muitas pessoas saem ilesas dessa situação.
Então a gente tem uma lei que é cheia de brechas, a lei ligada à homofobia, né? Essa luta por essa lei é uma coisa que tem tantas brechas que se torna uma coisa tão subjetiva.
O que eu acho mesmo é que as pessoas precisam de educação e de cultura, precisam entender de política, elas precisam votar com consciência, e aí é um caminho pra gente começar a ter políticos que olham pra gente e que compram o nosso barulho. Então, eu acho que o que falta, a chave para esse país é a educação.
JCD: Você tem 2 filhos,como eles lidam com o seu trabalho?
Suzy Brasil: Meus filhos são ótimos. É uma geração melhor, uma galera que acha que vem aí pro planeta para transformar mesmo. Eu tenho dois filhos, um de 27 e o outro de 22 anos. O de 27 é hétero, o de 22 é gay e eles se dão mega bem, saem juntos, saem com os primos, aí um primo é gay, o outro é hétero, saem todo mundo junto, vão pra mesma balada, namoram na mesma balada e aí é isso, assim.
É óbvio que eu tive cuidado com os meus filhos, assim, pra revelar a Suzy, Apesar deles terem descoberto de uma forma muito doida, porque eu não falava, Não revelava a minha identidade, a minha orientação sexual, porque eu achava que era uma coisa que eles iam entender naturalmente.

Eles iam me ver com um namorado, Ia me ver sempre em casa com um companheiro, eles iam entender o meu material de trabalho, minhas roupas, mas um dia eu gravei um documentário para Record e eles, na casa da mãe deles, eles assistiam Rebeldes, e aí acabou Rebeldes, entrou o jornal e a primeira matéria que deu o jornal da Record foi a minha, uma matéria de nove minutos falando do meu trabalho, falando da Suzy, e falando da minha orientação sexual, falando da minha relação com família, e aí óbvio que eles tomaram um choque, porque eu era o pai super-herói, aquele pai que leva para passear no shopping, que leva no circo, que viaja, o trabalho pesado realmente ficava com a mãe, que era o de dar esporro, de botar para a escola, enfim, e aí eles me viam como esse pai super-herói, e de repente descobriram que o pai era a Suzy Brasil, né, no início eles tomaram um baque, mas eles ficaram mais chateados por eu não ter contado pra eles do que eles ficaram chateados de eu não ter falado, de ter escondido e não se importaram com a questão do fato de ser gay, e isso era muito doido, foi muito legal.
Mas a gente tem uma relação maravilhosa, um estuda engenharia, o outro faz geografia na Uerj, então são meninos com a cabeça muito boa.
Solteiro e pai de Jonathan, de 27 anos, e Guilherme, de 22, frutos de uma relação de amizade, Marcelo Souza não passou ileso por episódios de preconceito “pontuais”, segundo ele
JCD: Podemos dizer que Suzy Brasil é patrimônio do Brasil?
Suzy Brasil: Eu acho que sim, as pessoas tem um carinho muito bom, o personagem tem força. E posso dizer que Suzy é um patrimônio do brasil.
JCD: Como foi trabalhar com o Paulo Gustavo no seriado A Vila?
Suzy Brasil: O Paulo é um cara incrível . E eu falo que é, porque pra mim a morte não existe, a vida continua, foi muito legal a troca que eu tive com o Paulo, porque o Paulo no início de carreira dele, ele me assistia todos os domingos na Leboy, sabe? Ele tava em algum outro lugar, ou em alguma outra casa na zona sul, e quando tava uma hora, uma e quinze da manhã, ele chegava lá pra assistir meu show, que era uma e meia. E aí, ele durante muito tempo me convidou.

Quando ele começou a fazer minha mãe uma peça no teatro, nem era famoso assim, ele me convidava pra ir assistir, sempre teve um carinho muito grande, Depois, vem mais pra cá, quando ele já tava bombando, bem conhecido, fazendo 220 volts no teatro, ele me convidou pra ir assistir e ali num papo no camarim, com ele e com o Marcus Majella, né, ele deixou muito claro, eles deixaram muito claro, os dois.
Que tinha um interesse em me chamar pra escrever, quer dizer, na verdade o Paulo Gustavo deu uma sondada, perguntou se eu escrevia, óbvio que eu disse que eu escrevia, eu não escrevia nada e aí falaram que o Marquinhos ia ter um programa, um spin-off do Vai Que Cola, mas morreu aí o assunto e aí tempos depois eu fui convidado pra escrever um roteiro pro Ferdinando Show e deu um mega certo, tanto que eu virei redator final do Ferdinando Show, além de roteirista eu era redator final junto com Larissa Câmara e a gente escreveu três temporadas do Ferdinando Show e uma do Ferdinando Game, então assim, eu nunca tinha feito trabalho nenhum como roteirista, então Paulo e Majella tem uma importância danada nessa minha história como roteirista e aí depois veio o convite do Paulo, parece que é uma grande despedida porque a gente gravou. Janeiro e fevereiro, em março começou a pandemia, em maio o Paulo faleceu, Então foi uma grande despedida, mas foi incrível.
Porque a gente se divertia muito, a gente gargalhava muito. O Paulo é uma pessoa que no set, ele não para de fazer palhaçada um segundo. Olha que a Suzy é palhaça, mas assim, o Paulo bate o recorde. E era isso. Era um grande encontro, Suzy Brasil com o Paulo Gustavo. Foi muito legal, assim. Eu morro de saudade, de verdade. Não era amigo íntimo do Paulo, mas ficou uma saudade absurda dele.
JCD: No início a Suzy era um tanto descabelada, hoje vejo ela mais luxuosa você estilizou a suzy?
Suzy Brasil: Eu estilizei a Suzy, na verdade, é o que eu estou te falando, foi o avanço que veio acontecendo. A Suzy na boate, ela era muito esculachada, muito escrachada, muito desbocada, era um trabalho que era fechado, as pessoas iam ali e a coisa morria ali.
Quando a Suzy vem para as redes sociais, quando os vídeos começam a ser postados no YouTube, foi preciso uma adaptação, as coisas tiveram que se adaptar, a gente foi entendendo também que certas coisas não cabiam mais na cena humorística, então algumas brincadeiras reforçavam o preconceito, então tudo isso foi se modificando. E aí quando eu começo a fazer TV, aquela figura muito enlouquecida, muito destruída da Suzy, já ficava over nos programas, sabe? Então eu fui adaptando. E aí é isso, é uma transformação.
A gente também vive a era do empoderamento drag, Da drag como uma figura de poder, de imponência. E aí aquele visual muito destruído, umas roupas muito corriqueiras, uma peruca destruída, uma maquiagem assustadora , depois encontra isso e de repente até mal interpretado .Enfim, quando eu sempre brinquei com a Suzy, a minha zoeira nunca foi um exemplo.
A minha zoeira nunca foi com o cabelo crespo, sempre foi com o cabelo destruído, Sempre foi a destruição da figura, Enquanto todas as drags corriam atrás para estarem bonitas, femininas, a Suzy desconstruía isso, sabe? A Suzy zoava isso, essa busca por essa perfeição aí, que as drags buscavam. Então, assim, essa adaptação foi necessária para TV, foi necessária para essa era da internet.
E o humor, tá no raciocínio, na forma de pensar, na velocidade de responder, de improvisar, necessariamente não está na figura esculachada, sabe? Então, realmente sofreu uma adaptação. A Suzy evoluiu, se estilizou.
JCD: Quando você está sem a personagem Suzy as pessoas te reconhecem na rua?
Suzy Brasil: Sim, algumas pessoas me reconhecem. Os gays me reconhecem sempre, Os que não falam, se cutucam, comentam com outro, ficam olhando. Os gays reconhecem sempre, mas agora muitas pessoas que não são gays, não são LGBTI me reconhecem na rua e falam comigo por causa do Instagram.
E hoje me permito aparecer de cara lavada também no Instagram porque no início eu não fazia. A pandemia me ajudou nesse processo eu não falava sério vestido de Suzy, era sempre só pra falar besteira, pra fazer as pessoas rirem, eu não falava. E aí a pandemia me ajudou a achar esse meio termo também, sabe? De estar de Suzy e falar de assuntos importantes, mas sem abrir mão do humor, Então, é isso.
Algumas pessoas me reconhecem na rua, sim. E algumas pessoas são bem escandalosas quando me encontram na rua, gritam Suzy, se tiver do outro lado da rua gritam Suzy umas pessoas me abraçam, fazem um escândalo e as outras pessoas em volta ficam pensando Gente, quem é? Quem é essa pessoa que eu não sei quem é? Nunca vi, e a outra tá fazendo um escândalo. Acontece.
JCD: Você se sente realizada profissionalmente? Falta alguma coisa?
Suzy Brasil: Eu tô muito feliz profissionalmente, porque é isso, que bom que eu consegui me reinventar, sabe? Eu saí das boates, a hora que as boates no Rio estavam acabando, começaram a decair. O show drag já não era uma coisa tão procurada na noite LGBTI do Rio.
Então eu saí nessa hora, migrei pras redes sociais, e das redes sociais eu fui fazer teatro. E aí faço alguns programas de TV também, de vez em quando. Então eu me sinto muito feliz com o meu trabalho.
Eu acho que eu sou uma drag que não sou uma drag jovem, não sou uma drag dentro dos padrões de beleza que a maioria busca. E eu consegui muita coisa, consegui um respeito de muitos artistas que eu sempre admirei e que hoje curtem muito a Suzy. Eu acho que isso é mega importante, mas é óbvio que quanto mais espaço eu tiver, que se pintar um programa de televisão, eu super amaria fazer, seria mais uma consagração na minha carreira, seria mais um degrau, mais uma bandeira levantada para a comunidade LGBTI.
Então eu acho que é importante que venham os trabalhos, eu quero trabalhar, eu quero estar na TV, eu quero estar no teatro, mas eu estou bem feliz com que eu já consegui.
JCD: Em 2023 e 2024 você desfilou na Imperatriz como veio esse convite ? Já imaginou sendo enredo de escola de samba?
Suzy Brasil: Eu tô sendo enredo de uma escola de samba, vou ser enredo na escola de samba esse ano, que é o carnaval de maquete, eu não sei se vocês já ouviram falar, mas assim, existe um carnaval virtual, que o carnavalesco ele desenha os carros alegóricos, todas as fantasias, como se fosse lá, o carnavalesco não tem que fazer todos aqueles desenhos, desenhar os carros, no virtual acontece tudo isso, só que o desfile é do desenho, desenha uma fantasia de ala, duplica essa fantasia, bota os destaques no carro, os carros tem movimento, tudo com computação gráfica, é muito legal, esse é o carnaval virtual, e existe um carnaval que é o carnaval de maquete, que também os carnavalescos muito criativos, muito doidos pra mim, porque assim, eles fazem as fantasias pequenininhas nos bonequinhos, vestem os bonequinhos, fazem os carros alegóricos, maquete e promovem o desfile, vão filmando aquilo, o desfile vai acontecendo é muito louco assim e aí esse ano no grupo especial do carnaval de maquete a Suzy Brasil é enredo, mas é óbvio que eu gostaria que uma escola do grupo especial do grupo de acesso, o grupo especial sonha muito, mas da série ouro falasse da Suzy eu ia amar.

Eu tô na Imperatriz esse ano vai ser meu terceiro ano na Imperatriz, primeiro ano vem o convite do Leandro( 2023) ele me chamou pra ser chamou pra ser o Cramulhão que era um personagem mega importante no enredo porque o enredo falava da morte de Lampião e Lampião era renegado no inferno. Cramulhão, era renegado no céu pelos santos, por Deus, e acabava sendo acolhido na Imperatriz. Então eu vinha como Cramulhão, que era uma figura importante do enredo, e eu amei, porque eu amo fazer esses personagens que têm a cara da Suzy. Chamar a Suzy pra desfilar e botar ela de rainha da Inglaterra, não rola, entendeu? Tem que ser um personagem bagaceiro, assim, sabe? Então, aí no outro ano ( 2024) a Suzy veio de múmia, Múmia do Faraó, e esse ano de 2025 eu desfilei novamente .
JCD: Você participaria da Fazenda ou BBB?
Suzy Brasil: Eu participaria, não sei se da Fazenda, porque eu acho a Fazenda muito bagunçada. Acho que a cada hora surge uma regra, e há uma baixaria, é um povo se degladiando de forma feia, não que não tenha confusão no Big Brother, mas eu acho que é um programa bem mais estruturado, bem mais elaborado, acho mais interessante, eu participaria.
Não é um sonho da minha vida, eu me inscrevi, porque Samara Rios sempre sonhou em participar do BBB, e esse ano a inscrição era feita em dupla, fizemos todo aquele processo de vídeo, de foto, de responder perguntas, que é uma loucura que demora a bessa.
JCD: Você é roteirista, já pensou em criar um roteiro de cinema contando a história da Suzy?
Suzy Brasil: Nunca pensei em contar a história da Suzy, não sei se teria tesão em ficar meses escrevendo.
JCD: Qual o conselho que você daria para essa nova geração de drags?
Suzy Brasil: Eu acho que o que eu faria, eu sempre falo para os drags iniciantes, é estuda. Você não precisa virar PhD de um determinado assunto, mas é importante que você conheça, que você tenha conhecimento, que você entenda da sua arte e dos segmentos que colaboram com a sua arte.
Isso é muito importante, é importante conhecer também quem construiu essa estrada para essas drags estarem agora. Então é importante saber da nossa história também, a história da cena LGBT do Rio e do Brasil. É importante isso, é importante se aprimorar, ter conhecimento, até para poder dialogar e bater de frente, e fazer da sua arte um instrumento de cultura. Também não virar não ser uma drag em cena só dando pinta por pinta né mas trazer algum conhecimento trazer alguma lição, alguma história para quem está assistindo , para as pessoas saírem dali refletindo mas eu eu eu fico muito feliz com a cena drag atual né com a com esse grupo jovem que tá chegando aí porque é uma galera antenada é uma galera que estuda que pesquisa que realmente quer dar um recado que milita nas performances então eu acho isso super importante.
Me inscrevi no bbb em dupla
JCD: Não tô boa, não. Tô ótima. Esse é o lema de Suzy Brasil?
Suzy Brasil: Não, não tô boa, tô ótima, é um bordão da Cayete, que é uma drag maravilhosa lá de BH. Mas a Suzy, ela não tá ótima, ela tá sempre maravilhosa na cabeça dela, entendeu? A Suzy tem uma autoestima e uma autoconfiança que é impressionante. Eu não sei se eu Marcelo tenho isso. Mas é isso, o lema da Suzy é alegria. Se a vida te der um limão, ela faz uma limonada, um burrito, uma caipirinha, e é isso. Ela transforma qualquer coisa em uma festa.
Entrevista - Luciana Perez
Suzy Brasil
O papo hoje foi com o Humorista Marcelo Souza que interpreta a divina Suzy Brasil que nasceu a partir de uma brincadeira de amigos.
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