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O esporte, antes de formar um atleta, forma um ser humano

  • Foto do escritor: Jornal Correio Diário
    Jornal Correio Diário
  • 8 de mai.
  • 7 min de leitura

Nossa correspondente foi conversar em Brasília com o Ministro dos Esportes André Fufuca para saber mais como está o nosso esporte brasileiro.

André Fufuca
Ministro dos Esportes - André Fufuca

Quem é André Fufuca?


Sou um brasileiro apaixonado pelo meu país, orgulhoso de fazer parte do governo do presidente Lula e de ter recebido dele a missão de fazer do esporte uma ferramenta de inclusão social capaz de alcançar todos os brasileiros. Nasci em Santa Inês, no Maranhão, sou casado, pai de dois filhos sou médico de formação e me orgulho de ter sido eleito o mais jovem deputado estadual em 2010 e de ter vencido outras três eleições de deputado federal, de ter presidido a Câmara dos deputados em duas ocasiões e de ter sido escolhido para assumir a honrosa missão, deste setembro de 2023, de ministro do Esporte deste governo.


Como funciona o programa de incentivo ao esporte?


A Lei nº 11.438/06 – Lei de Incentivo ao Esporte (LIE) –, como é mais conhecida, permite que recursos provenientes de renúncia fiscal sejam aplicados em projetos das diversas manifestações desportivas e paradesportivas distribuídos por todo o território nacional. Por meio de doações e patrocínios, os projetos executados via Lei de Incentivo ao Esporte atendem crianças, adolescentes, jovens, adultos, pessoas com deficiência e idosos. Mais do que um instrumento jurídico, trata-se de uma inovação é um avanço na consolidação do paradigma do esporte como um meio de inclusão social.


Diversos esportes foram criados ou popularizados no Brasil, incluindo a capoeira, o frescobol, o futvôlei, o futebol de areia, o jiu-jitsu brasileiro e o footsack

Em 2024, pela primeira vez na história, a captação de recursos superou a marca de R$ 1,06 bilhão. Esse valor é resultado de muito trabalho, realizado por uma equipe de servidores públicos e colaboradores profissionais, comprometidos com o desenvolvimento do esporte no Brasil. Ultrapassar R$ 1 bilhão em captação durante um ano demonstra a grandeza da Lei de Incentivo ao Esporte, ferramenta essencial que desempenha um papel fundamental na promoção da prática esportiva, na formação de atletas e no fortalecimento das estruturas esportivas no Brasil, abrangendo desde o esporte de base até o alto rendimento.


O que é o bolsa atleta?


O Bolsa Atleta é um programa criado no primeiro governo do presidente Lula, que tem como objetivo garantir apoio financeiro aos atletas brasileiros para que eles possam se dedicar com tranquilidade e segurança à prática da modalidade que escolheram. É considerado hoje um dos maiores programas de apoio individual a atletas do mundo.


Bolsa Atleta
Bolsa Atleta

Ele não apenas fomenta a conquista de medalhas, mas também transforma vidas e promove a inclusão social. Hoje o programa soma mais de 10 mil contemplados, distribuídos entre as categorias olímpica/paralímpica, internacional, nacional, de base e estudantil.


A história do esporte no Brasil tem suas raízes na segunda metade do século XIX, com a chegada de esportes como o turfe (corrida de cavalos) trazidos pelos ingleses. O futebol, introduzido por Charles Miller em 1894, tornou-se rapidamente um fenômeno cultural e social de grande importância

Nos Jogos Olímpicos de Paris, 100% dos medalhistas brasileiros já receberam apoio do Bolsa Atleta em algum momento de suas trajetórias. Ao longo dos 20 anos, foram concedidas aproximadamente 105 mil bolsas, beneficiando mais de 37 milhões de atletas.


Conheça os critérios exigidos em cada uma delas:


Atleta Olímpico, Paralímpico ou Surdolímpico


Na categoria Atleta Olímpico, Paralímpico ou Surdolímpico, é preciso ter 14 anos ou mais; ter participado dos últimos Jogos Olímpicos, Paralímpicos ou Surdolímpicos; e continuar treinando para futuras competições internacionais.


Atleta Internacional


Na categoria Atleta Internacional, é preciso ter 14 anos ou mais; ter participado de competições internacionais representando o Brasil; e ter obtido até a terceira colocação em evento reconhecido pela federação internacional da modalidade.


Atleta Nacional


Na categoria Atleta Nacional, é preciso ter 14 anos ou mais; ter participado do evento máximo da temporada nacional de 2024; e ter ficado até a terceira colocação ou estar no ranking nacional da modalidade.


Atleta de Base


Na categoria Atleta de Base, é preciso ter entre 14 e 19 anos; ter participado em modalidades olímpicas, paralímpicas ou surdolímpicas; e ter obtido até a terceira colocação em competições nacionais ou estar entre os 10 melhores atletas em modalidades coletivas.


Atleta Estudantil


Na categoria Atleta Estudantil, é preciso ter entre 14 e 20 anos; ter participado dos Jogos Estudantis e Universitários Nacionais de 2024 organizados por COB, CPB, CBDE ou CBDU; e ter ficado até a 3ª colocação em provas individuais ou entre os 6 melhores em modalidades coletivas.


Algumas escolas de outros Países oferecem apoio a atividades esportivas e muitos saem dali atletas profissionais. Por que no Brasil não existe esse apoio?


O Brasil apoia os seus atletas, sim. E ao longo dos últimos 20 anos os resultados conquistados nas competições nacionais e internacionais demonstram o quanto o apoio do governo federal é importante. O próprio Bolsa Atleta é um exemplo disso. O apoio assegurado desde as categorias estudantis, na base, é a melhor forma de descobrir novos talentos esportivos. Mas há também Programas como o Segundo Tempo, que assegura aos alunos das escolas públicas a prática esportiva no contraturno escolar.


Temos bons atletas, mas poderíamos ter mais se tivesse uma infraestrutura melhor para o atleta como, por exemplo, o atletismo, alguns não têm espaço pra treinar. O que o senhor pode nos dizer sobre isso?


Desde que o Brasil foi sede das Olimpíadas de 2016, houve um salto significativo nas estruturas de treinamentos dos nossos atletas. O desempenho do time Brasil nas olimpíadas é prova disso. O próprio Comitê Olímpico Brasileiro tem um centro avançadíssimo em termos de estrutura, que não deixa nada a dever aos centros de treinamentos de outros países.


Do ponto de vista das ações do Ministério do Esporte, um dos nossos maiores desafios é tornar o esporte uma ferramenta de inclusão social, acessível ao maior número de brasileiros. Foi uma missão dada pelo presidente Lula e nós a estamos cumprindo. Tanto que até o final do mês de junho deste ano teremos dado início à construção de quase mil Centros Esportivos Comunitários espalhados pelas cinco Regiões do Brasil. São espaços com pista de corrida, quadra de basquete 3X3, campo de futebol Society e parque infantil que vão assegurar a milhões de brasileiros a possibilidade da prática esportiva regular.


Em olimpíadas os paralímpicos ganham mais medalhas do que os atletas tradicionais, por que essa modalidade não tem tanta evidência? Por que não tem uma mídia de divulgação?


Nós temos o maior orgulho dos nossos atletas paralímpicos. E não os deixamos sem apoio. A delegação paralímpica nacional estabeleceu, por exemplo, na França os melhores resultados de sua história em todos os parâmetros de avaliação. Com 89 medalhas (25 ouros, 26 pratas e 38 bronzes), o país bateu o recorde de pódios, que era de 72, obtido tanto no Rio 2016 quanto em Tóquio de 2021. Com 25 ouros, superou os 22 de Tóquio, até então a melhor marca. Com a quinta posição no quadro geral, chegou ao Top 5 pela primeira vez. Até então, a melhor posição era a sétima, em Tóquio.


Paraolimpíadas
Paraolimpíadas - 89 medalhas (25 ouros, 26 pratas e 38 bronzes)

As 89 medalhas também levaram o Brasil ao Top 4 em quantidade de pódios, atrás apenas de China, Grã-Bretanha e Estados Unidos. O Brasil teve medalhas em 12 das 20 modalidades em que teve representantes na França. Algumas delas, de forma inédita, como triatlo, badminton e tiro esportivo.


O atletismo seguiu como carro-chefe do país. Em Paris, rendeu 36 medalhas, com 10 ouros, 11 pratas e 15 bronzes. O Brasil foi o terceiro no quadro específico da modalidade, atrás apenas de China e Estados Unidos. A natação veio na sequência, com 26 pódios (sete ouros, nove pratas e 10 bronzes). Outro destaque importante foi o judô. A modalidade terminou na liderança do quadro de medalhas específico do esporte em Paris. Foram quatro ouros, duas pratas e dois bronzes, um total de oito medalhas.


Todas as medalhas foram conquistadas por atletas que recebem atualmente o Bolsa Atleta, o programa de patrocínio direto do Governo Federal. Dos 280 atletas em Paris, 274 integram o programa do Ministério do Esporte.


Esse é o melhor desempenho do país na história dos Jogos: maior número de medalhas de ouro e maior quantidade de medalhas no geral, superando em 17 pódios o que conquistamos em Tóquio. Em comum a todas as medalhas do Brasil na França, a presença do Bolsa Atleta, programa de patrocínio direto do Governo Federal. Dos 280 atletas brasileiros em Paris, 274 integram o programa do Ministério do Esporte (97,8%), incluindo todos os medalhistas.


A questão da mídia é algo que tem que ser direcionado aos grandes veículos de comunicação. Nós, no governo, temos feito a nossa parte para defender os direitos dos atletas paralímpicos e dar a eles as condições adequadas para encher o Brasil de orgulho.


Como o senhor define o esporte no Brasil?


O esporte é uma atividade transformadora. Que pode mudar a vida das pessoas em todos os níveis. A prática esportiva regular leva à melhor qualidade de saúde e isso reflete no desempenho escolar, na redução dos índices de violência. Estamos trabalhando para que todos os brasileiros tenham acesso às práticas esportivas porque acreditamos nessa função transformadora.


O que falta para o Brasil virar potência no esporte?


O Brasil já é considerado uma potência esportiva mundial. Os resultados obtidos nos últimos Jogos Olímpicos são uma demonstração clara disso. E nós trabalhamos com afinco para que a posição do Brasil avance cada vez mais.


As mulheres estão em alta no esporte, mas o machismo acaba afetando isso e também a desvalorização financeira, a escassez de incentivos e patrocínios, o que o ministério do esporte poderia fazer para modificar essa situação?


O combate ao machismo estrutural, ao preconceito de qualquer espécie e à violência é um desafio para o nosso país. Isso não se limita a um ambiente específico, mas alcança a sociedade como um todo. No esporte, temos buscado estabelecer parcerias com outros ministérios no sentido de garantir a proteção e o respeito necessários às nossas atletas. Para que elas possam desempenhar o seu melhor sem se sentirem ameaçadas em qualquer nível.

Mulheres no esporte
As mulheres estão em alta no esporte

Nesse sentido, temos um grande desafio pela frente. Em 2027, vamos sediar a Copa do Mundo FIFA de Futebol Feminino. Será um impulso fantástico para a modalidade, é uma oportunidade ímpar para mostrar o quanto o futebol feminino evoluiu no nosso país.


Quais são os projetos esportivos para 2025?


O ano de 2025 faz parte de um período muito importante para o esporte brasileiro. Além de estarmos nos preparativos finais para receber a Copa do Mundo de Futebol Feminino da FIFA 2027, como já dissemos, teremos dois grandes eventos este ano: Em agosto, no Rio de Janeiro, o Mundial de Ginástica Rítmica. E os Jogos Escolares Sul-americanos, que vão acontecer em Brasília.



O esporte, antes de formar um atleta, forma um ser humano


Nossa correspondente foi conversar em Brasília com o Ministro dos Esportes André Fufuca para saber mais como está o nosso esporte brasileiro.


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